domingo, 19 de agosto de 2012

PARAÍSO


Se essa rua fosse minha,
eu mandava ladrilhar,
não para automóvel matar gente,
mas para crianças brincar.

Se esta mata fosse minha,
eu não deixava derrubar.
Se cortarem todas as árvores,
onde é que os pássaros vão morar?

Se este rio fosse meu,
eu não deixava poluir.
Jogue esgotos noutra parte,
que os peixes moram aqui.

Se este mundo fosse meu,
eu fazia tantas mudanças
que ele seria um paraíso
de bichos, plantas e crianças.


(PAES, José Paulo. in: Vera Aguiar, coord. Poesia fora da estante. Porto Alegre: Projeto, 1995. p.113)

Nenhum comentário:

Postar um comentário