sexta-feira, 7 de setembro de 2012

HINO NACIONAL BRASILEIRO


Brastra.gif (4376 bytes)
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

HINO NACIONAL
Parte I
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Parte II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Letra: Joaquim Osório Duque Estrada 
Música: Francisco Manuel da Silva
Atualizado ortograficamente em conformidade com Lei nº 5.765 de 1971, e com
art.3º da Convenção Ortográfica celebrada entre Brasil e Portugal. em 29.12.1943.

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL - História do Brasil - 7 de setembro ...



História da Independência do Brasil - pintura, quadro de Pedro Américo

 Independência ou Morte: 7 de setembro de 1822 - quadro de Pedro Américo

Introdução

A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso mais conhecido: Tiradentes. Foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso país, durante o processo da Inconfidência Mineira.

Dia do Fico

Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta idéia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou : "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico."

O processo de independência

Após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembléia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou também que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o " cumpra-se ", ou seja, sem a sua aprovação. Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência.
O príncipe fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade que estavam preocupados com os últimos acontecimento, pois acreditavam que tudo isto poderia ocasionar uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembléia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole.
Estas notícias chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para São Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou : " Independência ou Morte !". Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil.

 
Bandeira do Brasil Império. Primeira bandeira brasileira após a Independência.

Pós Independência

Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.
Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.




domingo, 19 de agosto de 2012

PARAÍSO


Se essa rua fosse minha,
eu mandava ladrilhar,
não para automóvel matar gente,
mas para crianças brincar.

Se esta mata fosse minha,
eu não deixava derrubar.
Se cortarem todas as árvores,
onde é que os pássaros vão morar?

Se este rio fosse meu,
eu não deixava poluir.
Jogue esgotos noutra parte,
que os peixes moram aqui.

Se este mundo fosse meu,
eu fazia tantas mudanças
que ele seria um paraíso
de bichos, plantas e crianças.


(PAES, José Paulo. in: Vera Aguiar, coord. Poesia fora da estante. Porto Alegre: Projeto, 1995. p.113)

RODA NA RUA


Roda na rua
a roda do carro

Roda na rua 
a roda das danças

A roda na rua
rodava no barro

Na roda da rua
rodavam crianças.

O carro, na rua.


(Cecília Meireles, Poesia completa. Rio de Janeiro: Aguilar.)

sábado, 18 de agosto de 2012

A VOZ DO POETA


Não é voz de passarinho
flauta do mato 
viola

Não é voz de violão 
clarinete pianola

É voz de gente
(na varanda? na janela?
na saudade? na prisão?)

É voz de gente - poema:
fogo logro solidão

(Ferreira Gullar)

terça-feira, 24 de julho de 2012

POÉTICA



Que é a poesia?
uma ilha
cercada de palavras
por todos os lados.


Que é o poeta?
um homem 
que trabalha o poema
com o suor do seu rosto.
Um homem 
que tem fome
como qualquer outro homem.


(Cassiano Ricardo. In: Alda Beraldo. 
Trabalhando com poesia. São Paulo: Ática, 1990. v.2.)

IDENTIDADE


Cabelos molhados,
sol encharcado,
pele salgada,
vento nos olhos,
areia nos pés.


O corpo sem peso
é nuvem  à-toa.
O tempo inexiste.
A vida é uma boa!


Mergulho na água
azul deste céu.
Sou peixe de ar.
Sou ave de mar.


Mergulho em mim mesmo,
silêncio profundo.
Sou eu e sou Deus
de passagem no mundo,
nadando sem rumo
entre conchas e paz.


(Carlos   Queiroz Telles. Sonhos  grilos e paixões.São Paulo: Moderna, 1990. p. 38.)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

TARSILA DO AMARAL





Nascida em 1 de setembro de 1886, na Fazenda São Bernardo, em Capivari, interior de São Paulo, era filha de José Estanislau do Amaral Filho e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, e neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário” em virtude da imensa fortuna acumulada em fazendas do interior paulista.
Seu pai herdou a fortuna e diversas fazendas, onde Tarsila e seus sete irmãos passaram a infância. Desde criança, fazia uso de produtos importados franceses e foi educada conforme o gosto do tempo. Sua primeira mestra, a belga Mlle. Marie van Varemberg d’Egmont, ensinou-lhe a ler, escrever, bordar e falar francês. Sua mãe passava horas ao piano e contando histórias dos romances que lia às crianças. Seu pai recitava versos em francês, retirados dos numerosos volumes de sua biblioteca.


Início da carreira



Começou a aprender pintura em 1917, com Pedro Alexandrino Borges. Mais tarde, estudou com o alemão George Fischer Elpons. Em 1920, viaja a Paris e frequenta a Academia Julian, onde desenhava nus e modelos vivos intensamente. Também estudou na Academia de Émile Renard.
Apesar de ter tido contato com as novas tendências e vanguardas, Tarsila somente aderiu às ideias modernistas ao voltar ao Brasil, em 1922. Numa confeitaria paulistana, foi apresentada por Anita Malfatti aos modernistas Oswald de AndradeMário de Andrade eMenotti Del Picchia. Esses novos amigos passaram a frequentar seu atelier, formando oGrupo dos Cinco.
Em janeiro de 1923, na Europa , Tarsila se uniu a Oswald de Andrade e o casal viajou por Portugal e Espanha. De volta a Paris, estudou com os artistas cubistas: frequentou a Academia de Lhote, conheceu Pablo Picasso e tornou-se amiga do pintor Fernand Léger, visitando a academia desse mestre do cubismo, de quem Tarsila conservou, principalmente, a técnica lisa de pintura e certa influência do modelado legeriano.


Fases Pau-Brasil e Antropofagia


Em 1924, em meio à uma viagem de "redescoberta do Brasil" com os modernistas brasileiros e com o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, Tarsila iniciou sua fase artística “Pau-Brasil”, dotada de cores e temas acentuadamente tropicais e brasileiros, onde surgem os "bichos nacionais"(mencionados em poema por Carlos Drummond de Andrade), a exuberância da fauna e da flora brasileira, as máquinas, trilhos, símbolos da modernidade urbana.
Casou-se com Oswald de Andrade em 1926 e, no mesmo ano, realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris. Em 1928, Tarsila pinta o Abaporu, cujo nome de origem indígena significa "homem que come carne humana", obra que originou oMovimento Antropofágico, idealizado pelo seu marido.
A Antropofagia propunha a digestão de influências estrangeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença de poder-se absorver suas qualidades), para que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira.
Em julho de 1929, Tarsila expõe suas telas pela primeira vez no Brasil, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, em virtude da quebra da Bolsa de Nova York, conhecida como a Crise de 1929, Tarsila e sua família de fazendeiros sentem no bolso os efeitos da crise do café e Tarsila perde sua fazenda. Ainda nesse mesmo ano, Oswald de Andrade separa-se de Tarsila porque ele se apaixonou e decidiu se casar com a revolucionária Patrícia Galvão, conhecida como Pagu. Tarsila passa a sofrer demais com a separação e por perder sua fazenda, e se entrega ainda mais a seu trabalho no mundo artístico.
Em 1930, Tarsila conseguiu o cargo de conservadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Deu início à organização do catálogo da coleção do primeiro museu de arte paulista. Porém, com o advento da ditadura de Getúlio Vargas e com a queda de Júlio Prestes, perdeu o cargo.

Abaporu, uma de suas obras mais conhecidas e um ícone do Modernismo brasileiro. Óleo sobre tela, 1928



sábado, 7 de julho de 2012

NÃO PRECISA


Você diz que não precisa
Viver sonhando tanto
Que vivo a fazer
Demais, por você
Diz que não precisa
A cada vez que canto
Uma canção a mais, pra você
Mas tem que ser assim
Pra ser de coração
Não diga não precisa
Ah Ah Ahh
Tem que ser assim
É seu meu coração
Não diga não precisa
Ah Ah Ahh
Eu já sonhei com a vida
Agora vivo um sonho
Mas viver ou sonhar
Com você, tanto faz
Não diga não precisa
Eu digo que é preciso
A gente se amar demais
Nada a mais
Mas tem que ser assim
Pra ser de coração
Não diga não precisa
Ah Ah Ahh
Tem que ser assim
É seu meu coração
Não diga não precisa
Ah Ah Ahh
Paula Fernandes

domingo, 24 de junho de 2012

CENTENÁRIO DE LUIZ GONZAGA






Em 2012, comemora-se o centenário de Luiz 


Gonzaga, o maior ídolo musical da cultura 


nordestina. Não é pouca coisa não! Também 


conhecido como Lua, o Rei do Baião está para 


os apreciadores do bom forró assim como 


Tom Jobim está para a bossa nova. Por isso, 


este ano as festas juninas vão ser diferentes, 


vão ter uma característica única. Tanto 


Caruaru, em Pernambuco, quanto Campina 


Grande, na Paraíba, dedicam ao ídolo maior a 


festa de São João de 2012. 




(Celso Calheiros)




ASA BRANCA



Quando "oiei" a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de "prantação"
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão
Quando o verde dos teus "óio"
Se "espaiar" na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração

(Luís Gonzaga)

sábado, 23 de junho de 2012

VALEI-ME SÃO JOÃO!


PARA TER FELICIDADE E DINHEIRO




Andar com um pedaço de carvão da fogueira de São João traz felicidade e dinheiro o ano todo.
Se nada disso adiantar, vale tentar também a oração de São João Batista:
São João Batista, voz que clama no deserto, ajudai-me a fazer penitência das minhas faltas, para que eu me torne digno do perdão Daquele que Vós anunciastes. São João, pregador da penitência, rogai por nós. São João, precursor do Messias, rogai por nós. São João, alegria do povo, rogai por nós. Amém.

Maira Moraes

FESTA JUNINA - SÃO JOÃO, O SANTO FESTEIRO



SAIBA UM POUCO DA HISTÓRIA DE SÃO JOÃO


Festa junina - São João, o santo festeiro

A festa de São João é talvez a mais importante comemoração das festas dos santos populares e ocorrem no mês de junho. Uma das teorias sobre a origem das festas juninas é que elas teriam surgido justamente a partir do nome de São João: as festas seriam antes chamadas de "Joaninas". Logo nos primeiros segundos do dia 24 de junho - data de nascimento do santo - já se ouve o estalar dos fogos de artifício festejando a figura de São João Batista por todo o país. A seguir, você poderá saber mais sobre o santo que deu origem a essa data comemorativa.

As tradições de São João



Segundo a Bíblia, a mãe de João Batista, Isabel, era prima de Maria, mãe de Jesus. Sendo assim, os dois eram primos de segundo grau. Os historiadores acreditam que João teria nascido [...] antes de Cristo. No dia de seu nascimento, 24 de junho, sua mãe, Isabel, teria mandado erguer um mastro iluminando-o com uma fogueira para que sua prima, Maria, vendo aquele sinal, soubesse que seu bebê havia nascido. Daí teriam vindo as tradições de se acender fogueiras e erguer-se mastros como forma de homenagear o santo.


A tradição conta ainda que Maria teria ido logo visitar o recém nascido João Batista levando-lhe como oferenda um feixe de folhas secas perfumadas, flores e uma capelinha, que hoje também são símbolos das festividades.

(Equipe BBel. plubicado em 16/01/2008).


sexta-feira, 15 de junho de 2012

À MINHA DOCE IRMÃ



Flor da manhã
sangue do meu sangue
amiga de todas as horas,
de todos os momentos


Diante de tua cólera
suplico paciência e compreensão
lembra-te que raiva e egoísmo
são sentimentos negativos
só trazem prejuízos
envenenam o coração


Sê generosa com o próximo
com teus irmãos (e irmã)
um sentimento nobre dá leveza à alma alegra e acalma!


Não, não me insultes, querida irmã!
toda essa ira, só porque usei o teu vestido novo?
são tão vulgares e sem criatividade
os adjetivos que lanças sobre mim,
em nada combinam com teus olhinhos delicados


Não, eu imploro! 
Não partas para agressões físicas!
Não gostaria de vê-la careca!
Tu ficaste cega de tanto ódio


Perdão! De joelhos te peço duplamente perdão!
O primeiro, pelo teu vestido novo,
o segundo, por tuas sandálias que estão nos meus pés...




MENEGAZ, Flávia. Poetando.
 Ilustrações: Dilce Laranjeira. - Belo Horizonte: Alis, 2003.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

UM BREVE OLHAR SOBRE A HISTÓRIA DE SANTO ANTÔNIO



A vida de Santo Antônio continua chamando a atenção de muita gente por esse mundo a fora. Como nós sabemos, Santo Antônio nasceu numa família rica e importante de Portugal. Mas logo cedo quis viver o despojamento da vida de Jesus Cristo junto à comunidade do mosteiro da Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho. E quando seus parentes quiseram favorecer uma vida mais fácil dentro do mosteiro de São Vicente de Foras, periferia de Lisboa, mudou-se para o mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, fugindo assim das facilidades que queriam para ele.
Mais tarde, querendo viver uma vida ainda mais radical, passou a seguir o caminho da pobreza evangélica, na imitação de Cristo, do jeito do Pobre de Assis, São Francisco. Antônio nasceu para servir! E fez-se servidor da Palavra de Deus que anunciou não só com sua voz, mas, sobretudo, com seu exemplo.
Precisamos conhecer um pouco da vida desse grande santo franciscano para aprender dele e com ele seguir Jesus Cristo vivendo o mandamento do amor!

(Frei Marconi Lins de Araújo) 

terça-feira, 5 de junho de 2012

APAIXONADO


Amor, que queima meu peito
Ofusca meu coração,
me fere por dentro
não sinto fome
nem frio
sinto um calor excessivo,
querendo sair,
mas
só sai com teu toque,
tua mão,
do tocar sutil e macio,
que me deixa maravilhado,
como teu perfume,
que me encanta...
me deixa apaixonado,
como também teu rosto,
de olhos tão ardentes,
sorriso inocente,
e teus cabelos.
Aah! Teus cabelos,
macios, ondulados como o mar,
me deixam bestificado,
paralisado,
apaixonado...

Marco Velloso Pitangueira







O poema intitulado "APAIXONADO" foi escrito por um adolescente de 12 anos estudante do sétimo ano, nos tempos atuais. Nele o eu lírico exprime a intensidade dos seus sentimentos quando percebe que está apaixonado por uma colega de sua classe.
Podemos afirmar também que o sentimento amoroso do eu lírico desse poema demonstra amor exaltado, admiração, entusiasmo e muita paixão pela pessoa amada!

A PINTURA



A pintura, assim como a literatura, também expressa a visão do artista, seu ponto de vista, dando novos e diferentes significados aos sentimentos e, fundamentalmente às ideias. A tela Balões e Flores, da pintora Barbara Rochlitz, nos transporta para um lugar colorido, aparentemente tranquilo, e que não apresenta traços da civilização tecnológica moderna.







BARBARA ROCHLITZ  nasceu na cidade de Drohokycz, na Polônia, em 1941. Reside em São Paulo desde 1947. Iniciou a atividade artística numa exposição coletiva, em São Paulo, 1976. Em suas telas, retrata geralmente crianças no meio de brincadeiras, compondo cenas típicas do interior brasileiro, com paisagens alegres, floridas em cores equilibradas, agradáveis. Expôs em diversas coletivas no Estados Unidos e foi premiada em várias mostras de  arte no Brasil, na França e em Portugal.


Fonte de pesquisa: www.itaucultural.org.br  


domingo, 3 de junho de 2012

BICHO URBANO



Se disser que prefiro morar em Pirapemas
ou em outra qualquer pequena cidade 
do país
estou mentindo
ainda que lá se possa de manhã
lavar o rosto no orvalho
e o pão preserve aquele branco
sabor de alvorada


Não não quero viver em Pirapemas
Já me perdi
Como tantos outros brasileiros
me perdi, necessito 
deste rebuliço de gente pelas ruas
e meu coração queima gasolina 
(da comum)
como qualquer outro motor urbano


A natureza me assusta.
Com seus matos sombrios suas águas
suas aves que são como aparições
me assusta quase tanto quanto
esse abismo
de gases e de estrelas
aberto sob minha cabeça.



GULLAR, Ferreira. Toda poesia (1950-1987).
Rio de Janeiro: José Olympio, 19991. 



FERREIRA GULLAR nasceu em São Luiz, Maranhão. Muito jovem já escrevia, aos 19 anos foi premiado em um concurso de poesia e não parou mais. Em 2002, foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura. Recebeu o Prêmio Claus, na Holanda, prêmio dado a instituições culturais, artistas e escritores não europeus que contribuíram para mudar a sociedade, a arte ou a visão cultural de seu país.  Atualmente o poeta concilia seu tempo entre poemas, análises e reflexões sobre artes plásticas.
E é dessa maneira que ele define sua arte e o seu fazer poético: "É o lugar onde a linguagem comum vira poesia [...] e a poesia é o lugar onde as coisas se transformam".


Fonte de pesquisa:
 www.secrel.com.br/jpoesia/
gular01.html-63k

sábado, 2 de junho de 2012

ESCREVER



O papel não absorve as idéias
a caneta não acompanha
meus pensamentos
e as palavras não traduzem meus sentimentos.


As palavras são frias e estáticas
meu pensamento reflete
mil imagens em um segundo 
e produz sensações instantâneas.


A palavra fica solta no vazio
da folha de papel, intraduzível


Deixo-a sozinha,
flutuando no branco da celulose
à espera de algum sopro
que a faça voar.



MENEGAZ, Flávia. Poetando. 
Ilustrações: Dilce Laranjeira. Belo Horizonte: 
Editora Alis, 2003.

terça-feira, 29 de maio de 2012

O APANHADOR DE DESPERDÍCIOS



Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que  dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Poque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática. 
Só uso a palavra para compor meus silêncios.


Manoel Barros.Memórias inventadas: a infância.
São Paulo: Planeta do Brasil, 2003.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

UM GÊNIO DA ARTE


Na tela CAFÉ, de 1934, Portinari demonstra a preocupação com questões de cunho sociais no país.

       
(Tela  CAFÉ de 1934, Candido Portinari)


"Os acontecimentos que marcam a história da vida de alguém podem ser contados de diversas formas. O CORDEL a seguir utiliza os versos para divulgar um pouco a vida e a obra do gênio brasileiro, o pintor Candido  Portinari, que representou muito bem em suas telas e murais o povo, cenas do dia a dia, paisagens, a realidade, enfim o nosso Brasil"


CANDIDO PORTINARI 

No interior de São Paulo
Brodósqui foi a cidade
No dia trinta de dezembro
Com muita felicidade
Mil novecentos e três
De nascer chegou a vez
Duma grande sumidade.

Filhos de italianos
Gente humilde imigrante
Portinari veio ao mundo
Pra mudar o semblante
Nasceu pobre na fazenda
Para depois virar lenda
Artista tão importante.

Na plantação de café
Onde seu pai trabalhava
Estudou só o primário,
Mas outro poder saltava
a sua vocação de artista
Pra todos dava na vista,
Pois já se manifestava.

Aos quinze anos de idade
Foi pro Rio de Janeiro
Buscar o conhecimento
Do puro e verdadeiro
Entra fazendo apartes
Na escola de belas-artes
Pra logo ser o primeiro.

Foi no ano de vinte e oito
O primeiro prêmio ganhou
Na exposição geral
Que belas artes criou
Pro estrangeiro viajar
e em Paris foi morar
E um ano por lá ficou.

Com saudades do Brasil
Em trinta e um retornou
Suas telas retratam o povo
Do Brasil com seu valor,
Esquece o academismo
Pelo experimentalismo
No modernismo adentrou.

No instituto Carnegi
Lá nos Estados Unidos
No ano de trinta e cinco
Foi um dos escolhidos
Recebeu menção honrosa
Pela tela primorosa
"Café, grãos sendo colhidos.
[...]

Gostava de fazer murais
Tinha essa inclinação 
No ano de trinta e seis
Fez dois com dedicação
Pra via Dutra inaugurada
E ao ministério dedicada
Da saúde e educação.

Dessa data em diante
Sua concepção mudou
Para uma nova temática
Portinari se voltou
Na pintura informal
Foi pro cunho social
O seu fio condutor.

Companheiro de poeta,
Escritores e artista
Muita gente de cultura
Diplomata e jornalista
No final dos anos trinta
Já na projeção sucinta
Na América tá na crista.

No ano de trinta e nove
Executa três painéis
Para a feira mundial
Ganhando uma nota dez
A América viu seu toque
E o museu de Nova York
Ficou rendido aos seus pés.

Teve sucesso de venda 
E um público majestoso
Em dezembro desse ano
Teve um ganho pomposo
Um livro sobre o pintor
Sua arte e seu louvor
Foi tudo maravilhoso.

Reproduzidas no livro
A sua obra rica e bela
Cada uma mais perfeita
Empáfia verde amarela
Foi orgulhoso pro Brasil
Quando esse livro saiu
Sobre o pintor e sua tela.
[...]

Daniel Fiúza Pequeno. 
Um gênio da Arte: Candido Portinari - 
1ª e 2ª partes.



PORTINARI POR ELE MESMO


"Impressionavam-me os pés dos trabalhadores das fazendas de café. Pés disformes. pés que podem contar uma história. Confundiam-se com as pedras e os espinhos.
Pés semelhantes aos mapas: com montes e vales, vincos como rios. Quantas vezes, nas festas e bailes, no terreiro, que era oitenta centímetros mais alto do que o chão, os pés ficavam expostos e era divertimento de muitos apagar a brasa do cigarro nas brechas dos calcanhares sem que a pessoa sentisse. Pés sofridos com muitos e muitos quilômetros de marcha. Pés que só os santos têm. Sobre a terra, difícil era distingui-los. Os pés e a terra tinham a mesma moldagem variada. Raros tinham dez dedos, pelo menos dez unhas. Pés que inspiravam  piedade e respeito. Agarrados ao solo, eram como os alicerces, muitas vezes suportavam apenas um corpo franzino e doente. Pés cheios  de nós que expressavam alguma coisa de força, terríveis e pacientes.


O Brasil de Portinari - Exposição de réplicas.