A VIDA

"A vida são deveres, que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!

Quando se vê, já é sexta-feira...

Quando se vê, já é Natal...

Quando se vê, já terminou o ano...

Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida...

Quando se vê, passaram-se 50 anos!

Agora é tarde demais para ser reprovado...

Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas...

Seguraria o meu amor, que está  muito à minha frente, e diria EU TE AMO...

Não deixe de ter alguém ao seu lado por puro medo de ser feliz.

Dessa forma, eu digo: não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo.

A única falta que terá, será desse tempo que, infelizmente, não voltará mais."

(Mário Quintana)

INGENUIDADE

Na boca da caverna

gritei, vibrando:

TE AMO! 

TE AMO! 

TE AMO!

E o eco respondeu,

lá de dentro da caverna:

TE AMO!

TE AMO!

TE AMO!

E eu, ingenuo, acreditei...

Elias José. Amor adolescente, pág. 43, São Paulo, Atual, 1999.

INVASÃO PROIBIDA

Que ninguém invada
meu quarto,
minha toca,
meu esconderijo,
meu caramujo,
que eu viro fera.


Se minha mãe bater na porta,
eu não abro.
[...]


Se meu pai bater na porta,
eu não abro.


Irmão se bater
eu mato.


Não abro pra ninguém...
ou melhor...
pensando bem...
se ele batesse...


Quase abri a porta
só do susto
de pensar.

Elias José. Cantigas de adolescer, São Paulo, Atual, 1992.

AULA DE PORTUGUÊS

A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.


A linguagem
na superfície estralada de letras,
sabe lá ela quer dizer?


Professor Carlos Góes, ele quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.


Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.


O português são dois; o outro é mistério.

( Carlos Drummond de Andrade.

Graña Drummond www.carlosdrumond.com.br. 

Boitempo. Rio de Janeiro, Record, 2001.)

A LÍNGUA PORTUGUESA

Há 510 anos, os portugueses dsembarcaram no Brasil.Trouxeram sua cultura, seus costumes e sua língua: o português.

O português foi se modificando como passar do tempo e com o contato com outras línguas.

No Brasil, ele se misturou com a língua dos índios e dos africanos.

Mas tarde, foi influenciado pela linguagem dos outros povos que vieram viver aqui em nosso país.

Apesar das diferenças existentes entre o português falado em Portugal e no Brasil.

TUPI

Moema, Niterói, jibóia, jararaca, abacaxi, urubu, mandioca, jabuticaba, piranha, etc. 

AFRICANO

Caxambu, quilombo, Iemanjá, candomblé, batuque, angu, cachimbo, tanga, miçanga, marimbondo, moleque, fubá, caçula, etc.

ITALIANO

Cantina, carnaval, mortadela, risoto, salsicha, porcelana, macarrão e a maior parte das palavras ligadas à música, como violino, bandolim, sonata, etc.

FRANCÊS

Omelete, avenida, chassis, crachá, felicitar, menu, pose, restaurante, tricô, vitrine, etc.

INGLÊS

Futebol, filme, repórter, lanche e as que estão sendo incorporadas por conta do computador: deletar, escanear, etc.

OITO DE MARÇO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas,realizada na Dinamarca, em 1910, é marcada pela decisão de transformar o dia 08 de março no Dia Internacional da Mulher.

Justa homenagem às 129 mulheres, que tiveram suas vidas sacrificadas, dentro da fábrica onde trabalhavam em Nova Iorque, por reivindicarem melhores condições de trabalho e a redução da jornada diária de trabalho para 10 horas!

A data reafirma a imagem da mulher lutadora e consciente dos seus direitos.

CLASSIFICADOS POÉTICOS

PROCURA - SE


" Procura - se um equilibrista
que saiba caminhar na linha
que divide a noite do dia
que saiba carregar nas mãos
um fino pote cheio de fantasia
que saiba escalar nuvens arredias
que saiba constrir ilhas de Poesia
na vida simples de todo dia".




TROCA - SE


"Colecionador de cheiros
troca um cheiro de cidade
por um cheiro de neblina
um cheiro de gasolina
por um cheiro de chuva fina
um cheiro de cimento
por um cheiro de orvalho no vento".

Roseana Murray, "Classificados Poéticos", Ed. Migulim, 1984.

VIDA DURA SEM LEITURA

Silene Alves, a autora desta história, aprendeu a ler e escrever quando adulta.

No domingo, um amigo do meu irmão me convidou para sair. Eu gostei porque o moço era bonito e simpático. Nós fomos no Parque do Carmo. Estava tudo muito bom quando fique com vontade de ir ao banheiro. O Celso, este rapaz, me levou até uma sala com duas portas iguais. Cada uma tinha um nome escrito e só. Eu procurei o desenho e não tinha. Só a palavra escrita. Pensei "eu vou esperar uma pessoa entrar para ficar sabendo qual é a porta das mulheres."Fiquei esperando e ninguém chegava. Fui ficando nervosa porque eu não queria perguntar aos outros porque tinha vergonhade não saber ler. Dei uma desculpa e pedi para ir embora. Assim acabou o passeio e quem sabe um namoro.

(Silene Alves.)

José Lima, o autor desta história, aprendeu a ler e escrever quando adulto.


Ai, como eu penava naquela lanchonete! O gerente dizia que para não errar era só anotar todos os pedidos. Mas, como? Se eu não escrevia! Guardava na cabeça os pedidos, ia até a copa e dizia tudo. O copeiro, meu conterrâneo, me ajudava dizendo o que perguntar para o freguês, no caso de dúvida. Quando a mesa era ocupada por uma ou duas pessoas eu ficava sossegado porque sabia que não ia errar. Suava frio era quando chegavam seis pessoas, cada uma querendo uma coisa diferente.

(José Lima.)

DIFERENTE GÊNEROS TEXTUAIS

FÁBULA



O Homem e o Lobo


Um homem disse ao Lobo: - Se tu não fosses tão arrogante e prepotente, ganharias a vida honestamente e terias a minha proteção.
- Prefiro a liberdade a ter patrão, o lobo retrucou, de resto se eu fosse bom e me tornasse honesto me tornarias como um cão.


Moral: O lobo preferia ser livre a ser submisso como o cão.

(Versos de Trilussa. Tra.de Paulo Duarte. 

São Paulo, Marcos Pereira Publicidade,973).

MÚSICA


Meu anjo


Não adianta tentar se esconder
Por que sempre vou te encontrar
Vou andar colado em você
Onde você for eu vou estar.


Até em seus sonhos vou aparecer
Nem dormindo vai me esquecer
Mas cedo ou mais tarde
Você vai notar
Que é inutil tentar me deixar.


Meu anjo, meu sonho
Meu sol de verão
Me deixa, ser dono
Do seu coração.

(João Neto e Frederico)

RECEITA


Sorvete de chocolate



Ingredientes:

1 lata de leite moça
1 tablete de 800g de chocolate meio amargo
1 medida e meia de leite quente.


Modo de preparo:

Dissolva o chocolate noleite quente. Em seguida, adicione o leite condensado e bata no liquidificador. Ponha no congelador ou freezer e espere cerca de 3 horas.



NOTÍCIA



Chuva provoca estragos no interior de São Paulo


A chuva provoca estragos também no interior de São Paulo.
Em Boféte, uma represa transbordou e rompeu a rede de captação de água.Caminhões pipas estão abastecendo a população.
Em Hortolândia, dez casas foram interditadas. O muro do presídio caiu, e a água que estava represada danificou residências. Ninguém ficou ferido.

(Jornal Nacional/On line)

ALITERAÇÃO

A repetição de um mesmo fonema consonatal no ínicio de palavras de um verso chama-se aliteração.

O efeito da aliteração

Em um poema, os sons têm importância fundamental,não só para tornar o texto bonito,mas para ajudar a expressar o próprio conteúdo.

No poema a seguir, de Cecília Meireles, a repetição de lh causa a sensação de que a bolha vai explodir!

Bolhas


Olha a bolha d'água
no galho!
Olha o orvalho!


Olha a bolha de vinho
na rolha!
Olha a bolha!


Olha a bolha na mão
que trabalha!


Olha a bolha de sabão
na ponta da palha:
brilha, espelha
e se espalha.
Olha a bolha!


Olha a bolha
que molha
a mão do menino:


A bolha da chuva da calha!

(Cecília Meireles. Obra Poética.

Apud Platão e Fiorin. Lições de texto:leitura e redação. 

São Paulo, Ática, 2002.)