quarta-feira, 17 de março de 2010

VIDA DURA SEM LEITURA


Silene Alves, a autora desta história, aprendeu a ler e escrever quando adulta.

No domingo, um amigo do meu irmão me convidou para sair. Eu gostei porque o moço era bonito e simpático. Nós fomos no Parque do Carmo. Estava tudo muito bom quando fique com vontade de ir ao banheiro. O Celso, este rapaz, me levou até uma sala com duas portas iguais. Cada uma tinha um nome escrito e só. Eu procurei o desenho e não tinha. Só a palavra escrita. Pensei "eu vou esperar uma pessoa entrar para ficar sabendo qual é a porta das mulheres."Fiquei esperando e ninguém chegava. Fui ficando nervosa porque eu não queria perguntar aos outros porque tinha vergonhade não saber ler. Dei uma desculpa e pedi para ir embora. Assim acabou o passeio e quem sabe um namoro.

(Silene Alves.)




José Lima, o autor desta história, aprendeu a ler e escrever quando adulto.


Ai, como eu penava naquela lanchonete! O gerente dizia que para não errar era só anotar todos os pedidos. Mas, como? Se eu não escrevia! Guardava na cabeça os pedidos, ia até a copa e dizia tudo. O copeiro, meu conterrâneo, me ajudava dizendo o que perguntar para o freguês, no caso de dúvida. Quando a mesa era ocupada por uma ou duas pessoas eu ficava sossegado porque sabia que não ia errar. Suava frio era quando chegavam seis pessoas, cada uma querendo uma coisa diferente.

(José Lima.)


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